sexta-feira, 29 de outubro de 2010

coisas de táxi.


É sempre igual. A gente abre a porta, entra, diz o destino pra ele e pronto. E fica curtindo o movimento, fazendo qualquer coisa. Até que começa a conversa. Agora sim, é diferente. E quando isso acontece, eu fico tri interessada, esperando para ouvir o que ele me diz. Esperando ele puxar o papo, contar alguma experiência interessante, comentar alguma notícia, qualquer coisa. É tão bom quando a corrida é um pouco mais longa e o assunto se desenvolve, fica mais sólido e normalmente se dirige pra um lado pessoal. Eu adoro ouvir as pessoas me contando das suas vidas, eles dos filhos, das mães, das esposas. Das crianças que eu nunca vi, só imagino. Formo-as na minha mente conforme ele narra a aventura.

Esses dias teve algo especial, eu indo pro outro lado da cidade, ouvi ele que me contava do filho mais velho. O primogênito, a primeira das alegrias maiores. Estava emocionado, contava empolgadíssimo sobre a novidade. O primeiro emprego, do primeiro filho. O primeiro salário e a primeira escolha. Ele dera o dinheiro pra mãe, por agradecimento. Claro que essas histórias a gente ouve raramente. Mas ao entrar no taxi, parece uma senha pra uma nova história, para um novo momento. Eu fico muito feliz quando isso acontece, assim percebo mais a graça que as pessoas têm o poder do brasileiro de fazer comover, com a própria emoção. É... tô esperando taxímetro marcar o número de histórias que eles tem pra me contar.

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